segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O Misterioso Evento de Tunguska


O Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilômetros quadrados. A ausência de uma cratera e de evidências diretas do objeto que teria causado a explosão levou a uma grande quantidade de teorias especulatórias sobre a causa do evento.



Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteoroide ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 – 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Diferentes estudos resultaram em estimativas para o tamanho do objeto variando em torno de algumas dezenas de metros.

Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT, com 10–15 megatons sendo o mais provável.Isso é aproximadamente 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda guerra mundial e aproximadamente um terço da Bomba Tsar, a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2150 quilômetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na escala Richter.




Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam passado despercebidos antes do advento do monitoramento global por satélite nas décadas de 1960 e 70.


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HIPÓTESES

A natureza do objeto que se chocou com a terra, meteoróide ou cometária, foi objeto de pesquisa ao longo do século XX e ainda é assunto de debate. Em 1930, o astrônomo F. J. W. Whipple sugeriu que o impacto teria sido com um pequeno cometa, um objeto composto primariamente de poeira e gelo, que teria sido completamente vaporizado na atmosfera, não deixando traços óbvios. Essa hipótese recebeu suporte a partir da observação de brilhos noturnos no céu da Europa por muitas noites após o evento, que poderiam ser explicados pela luz do sol refletida no gelo e poeira dispersada pela cauda do cometa na alta atmosfera.

Em 1978, o astrônomo Lubor Kresák sugeriu que o corpo fosse um fragmento do cometa Encke, responsável pela chuva de meteoros anual conhecida como beta taurídeos.O evento coincidiu com um pico de atividade dessa chuva de meteoros e a trajetória estimada para o objeto que causou a explosão de Tunguska é consistente com o que seria esperado de um fragmento desse cometa. Sabe-se que objetos dessa natureza explodem com frequência na alta atmosfera. Tais explosões são observadas por satélites militares há décadas.





Em 1983, o astrônomo Zdeněk Sekanina publicou artigos criticando a hipótese cometária. Ele apontou que um corpo composto de material cometário seguindo a trajetória observada teria sido desintegrado em grandes altitudes, enquanto é sabido que o objeto de Tunguska atingiu a baixa atmosfera antes de desintegrar. Sekanina argumentou que as evidências conhecidas apontavam para um objeto denso, feito de rocha, provavelmente um fragmento de asteroide. Essa hipótese foi ainda suportada em 2001, quando Farinella, Foschini, et al. divulgaram seu estudo sugerindo que a trajetória do objeto é consistente com uma origem no cinturão de asteroides.


Proponentes da teoria cometária sugeriram que o objeto poderia ser um cometa extinto com um manto rochoso que o teria protegido até atingir a baixa atmosfera.


A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e nenhuma cratera foi encontrada. Hipóteses foram feitas, e posteriormente corroboradas por modelos de Christopher Chyba e outros pesquisadores, de que é possível que a passagem do asteroide pela atmosfera teria provocado pressões e temperaturas tão altas que ele tenha sido completamente desintegrado, a energia do impacto toda liberada na atmosfera e o material espalhado na alta atmosfera explicaria os brilhos noturnos observados na Europa.


Durante os anos 1990, pesquisadores italianos extraíram resina das árvores coletadas na área do impacto e encontraram altas taxas de materiais comumente encontrados em asteroides e raramente encontrados em cometas.






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OUTRAS POSSIBILIDADES

Antes de um entendimento mais profundo sobre os mecanismos de impacto com meteoróides, diversas teorias alternativas foram criadas para explicar o evento de Tunguska. Nenhuma dessas teorias possui suporte científico hoje em dia e, apesar de algumas delas terem sido criadas por cientistas da área, hoje em dia são sustentadas principalmente por aficcionados fora da comunidade científica. As principais teorias alternativas são:
Choque com antimatéria: Em 1941, Lincoln LaPaz, e depois em 1965, Cowan, Atluri e Libby sugeriram que o evento de Tunguska poderia ser causado pela aniquilação de um pedaço de antimatéria provindo do espaço. Entretanto, nenhum resíduo foi encontrado na área da explosão. Além disso não há evidência astronômica da existência de tais pedaços de antimatéria em nossa região do universo.
Choque com um mini buraco negro: Em 1973, Albert A. Jackson e Michael P. Ryan, físicos da Universidade do Texas, propuseram que o evento de Tunguska tivesse sido causado por um microburaco negro de cerca de 1 tonelada atravessando a Terra. A falha dessa hipótese está na ausência de uma explosão de saída — uma segunda explosão do outro lado da Terra provocada pela saída do microburaco negro. Também não há evidências de perturbações sísmicas que a passagem desse objeto teria provocado no manto. Além disso, a posterior descoberta por Stephen Hawking de que buracos negros irradiam energia indica que um pequeno buraco negro teria evaporado antes que pudesse encontrar a Terra.
"Raio da Morte" de Tesla: Oliver Nichelson sugeriu que a explosão poderia ter sido resultado de um experimento de Nikola Tesla na Wardenclyffe Tower, realizado durante a expedição de Robert Peary ao polo norte, denominado o "Raio da Morte". Não existe, no entanto, nenhuma evidência de que Tesla tenha produzido uma arma capaz de produzir a devastação observada. O principal argumento de que Tesla não foi responsável pelo evento de Tunguska é o fato de que ele ocorreu por volta das 7h da manhã. As experiências de Tesla foram realizadas na noite de 30 de junho — cerca de 6 horas antes do evento de Tunguska.
Explosão de uma nave alienígena : Yuri Labvin defende a teoria de que uma nave espacial teria colidido com um meteoro em rota de colisão com a Terra no ano de 1908, causando a explosão que teria provocado a devastação em Tunguska. Lavbin alega que há impressões em pedras de quartzo que não podem ter sido feitas com a nossa tecnologia. Mas a área do evento é próxima do Cosmódromo de Baikonur e, por isso, tem sido contaminada por resíduos espaciais russos, especialmente pelo fracasso do lançamento do quinto voo de teste da nave Vostok, em 22 de dezembro de 1960.


Outras hipóteses como uma fissão nuclear espontânea e um processo geofísico também foram levantadas. Entretanto as teorias alternativas não encontram nenhum suporte em evidências empíricas. A composição do corpo extraterrestre que atingiu a região de Tunguska continua sendo uma questão muito controvertida.






FONTE: WIKIPÉDIA







domingo, 4 de fevereiro de 2018

O Misterioso “Brinicle” o dedo da morte

Uma equipe de filmagem da BBC conseguiu captar imagens de um fenômeno raro e difícil de ser registrado, ocorrendo apenas em águas geladas. O “brinicle”, também chamado de “dedo da morte” é na verdade uma espécie de coluna de gelo, formada por salmoura, que congela rapidamente tudo o que toca.

O fenômeno ocorre da seguinte forma: em locais gelados como a Antártida, o congelamento da água salgada não provoca a formação de gelos sólidos como ocorre com a água doce, os famosos icebergs. O que ocorre é a formação de uma estrutura esponjosa com bastante água do mar concentrada de sal, com pequenos canais onde flui salmoura.

Em estações de inverno na Antártida, o ar acima dos icebergs pode alcançar uma média de – 20ºC de temperatura. O mesmo não ocorre com a água do mar que fica em torno de – 1,9 ºC.

O calor sai naturalmente dos locais mais quentes, como o fundo do mar, para os mais frios, como o ar acima dos icebergs. Neste processo ocorre o congelamento de colunas, onde existe concentração de sal que acaba entrando pelos canais da coluna congelada, formando um “redemoinho”.

Como o “brinicle” é mais denso que a água do mar pela concentração de sal, acaba descendo como se fosse um tornado, lembrando uma nuvem. Por ser extremamente gelado, com temperaturas menores do que a água acaba congelando tudo em sua volta, quando toca o chão do mar, inclusive espécies marinhas como as estrelas-do-mar e ouriços que não conseguem escapar pela rapidez do congelamento.


Abaixo veja o vídeo do Fenômeno registrado pela BBC: